terça-feira, 11 de setembro de 2012


Um estudo do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, analisou por que, no Brasil, centenas de milhares de crianças e adolescentes não frequentam uma sala de aula.
3, 7 milhões de crianças e adolescentes, entre 4 e 17 anos, estão fora da escola. Negros, indígenas, portadores de deficiência física e os que têm baixa renda são os mais afetados. A gravidez na adolescência e a violência influenciam, mas há outros fatores.
Segundo a pesquisa, a dificuldade de acesso às escolas nas áreas rurais do Brasil é um dos motivos que podem levar ao abandono escolar. Embora seja mais comum no Norte e Nordeste, esta é uma realidade bem familiar para os alunos de Sobradinho, a 40 km de Brasília.
Para eles, a ponte é o limite. O ônibus escolar só chega até certo ponto. Daí em diante, é pé no chão e poeira no corpo. Alguns chegam a andar até 5 km todos os dias debaixo do sol forte do cerrado.
“As crianças ficam muito cansadas, não é?”, diz Matheus, de 6 anos.
“Caminho longo, com calor, sol e poeira dificulta para chegar à escola. Aí desanima, não vem”, fala o diretor da escola, Rafael de Paula.
O representante do Unicef no Brasil, Gary Stahl, diz que, apesar dos números, a situação é boa, mas tem que melhorar.
“É enxergar aquelas populações específicas e saber o porquê eles não estão incluídos nesses tremendos progressos que tem feito o Brasil nos últimos anos”, orienta.
O Ministério da Educação, Aloizio Mercadante, diz que a solução do problema passa pela alfabetização na idade certa.
“Se nós resolvermos esse problema na origem, essas crianças vão ter as ferramentas para continuar estudando ao longo da escola. Se nós continuarmos não assegurando que elas aprendam a ler e escrever quando deveriam, em algum momento elas abandonam a escola”, aponta.
O governo do Distrito Federal informou que a ponte mencionada na reportagem estará consertada em até 60 dias.

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